Drone flagra movimentação militar dos EUA no Canal do Panamá

Imagens de drones registraram neste domingo (31) o contratorpedeiro USS Sampson (DDG-102) atracado próximo ao Canal do Panamá, em meio a um expressivo reforço naval dos Estados Unidos no Caribe e áreas adjacentes. A movimentação envolve sete navios de guerra e um submarino nuclear de ataque rápido, reunindo cerca de 4.500 militares.

Segundo Washington, a operação tem como objetivo intensificar o combate ao narcotráfico, embora especialistas ressaltem uma incoerência estratégica: a principal rota marítima de entorpecentes em direção aos EUA se dá pelo Pacífico, e não pelo Atlântico. Além disso, no Caribe, o tráfico costuma ocorrer majoritariamente por rotas aéreas clandestinas, o que coloca em dúvida a eficácia dessa mobilização exclusivamente naval.

A retórica entre Estados Unidos e Venezuela voltou a se intensificar. Neste domingo (31), o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino, afirmou que o país está preparado para reagir caso Washington viole sua soberania, classificando a presença militar americana no Caribe como uma “nova agressão”. O discurso incluiu apelos à comunidade internacional, enfatizando soberania nacional, respeito mútuo e defesa do direito internacional.

O clima de tensão se agravou após os EUA dobrarem, em agosto, a recompensa pela

captura de Nicolás Maduro, elevando o valor para US$ 50 milhões. O regime chavista é acusado por autoridades americanas de colaborar com organizações criminosas como o Tren de Aragua, o Cartel de Sinaloa e de liderar o chamado Cartel de Los Soles — cuja existência é questionada por críticos de Washington. Maduro nega todas as acusações.

Do ponto de vista estratégico, a mobilização militar americana no Caribe e as sanções políticas reforçam a pressão sobre Caracas, mas também ampliam o risco de escalada regional. A narrativa venezuelana busca projetar a imagem de resistência e tentar angariar apoio internacional contra aquilo que chama de “imperialismo norte-americano”.